Netbooks são, por definição, pequeninos. E o Dell Inspiron Mini 9, com tela de nove polegadas e 1,035 kg, está entre os menores da categoria.
O modelo testado pela Folha tem processador Intel Atom de 1,6 GHz, 1 Gbyte de memória e armazenamento de apenas 8 Gbytes em SSD (drive de estado sólido,
teoricamente mais resistente por não ter partes móveis).
Com essas configurações, ele sai por R$ 1.399 em www.dell.com.br --componentes como modem 3G e SSD
de 16 Gbytes elevam o preço a até R$ 1.699.
A performance é bastante satisfatória. Em cerca de 30 segundos, o Windows XP Home já está pronto para uso. Atividades como navegação na internet e exibição de
vídeos são executadas com rapidez.
Teclado
O maior ponto fraco é o teclado. Algumas teclas, como o Shift direito, são extremamente reduzidas -e há espaços nas laterais que poderiam ter sido aproveitados
para aumentar o tamanho delas.
Além disso, as teclas de função (F1, F2, F3 etc.) foram transferidas para a segunda fileira do teclado QWERTY (A, S, D, F etc.). É preciso segurar a tecla Fn para usá-
las. Úteis para uma série de atividades, as teclas F11 e F12, porém, não estão presentes nesse netbook.
Os netbooks podem até crescer em tamanho, capacidade e velocidade, mas o fim da "era do desktop" não é tão evidente assim, segundo Holger Schmidt, diretor de
marketing da Asus, em entrevista à Folha. Leia os principais trechos.
Folha - É certo dizer que os netbooks são computadores preparados para a crise?
Holger Schmidt - O mercado de netbooks é saudável, tem ajudado o mercado a conti
nuar andando, porque traz dinheiro novo.
Folha - Eles continuam sendo a grande aposta da Asus?
Schmidt - Os netbooks são uma parte muito importante do bolo, já que representam mais de 50% da nossa receita. Mas queremos levar a linha Eee para outros
produtos, como o Keyboard PC.
Folha - Os netbooks podem substituir definitivamente os notebooks ou até os desktops?
Schmidt - Há alguns avanços evidentes, como o tamanho da tela. Mas a substituição total não vai ocorrer, porque o posicionamento deles é diferente. Por mais que
fiquem melhores, nunca vão poder concorrer com computadores de dois processadores.
O Google disponibilizará gratuitamente meio milhão de livros para o aparelho de leitura de e-books da Sony. As companhias devem fazer o anúncio da parceria nesta quinta-feira. Os livros que serão oferecidos não são protegidos por direitos autorais.
É a primeira vez que o Google disponibiliza seu vasto acervo de livros de domínio público escaneados para um dispositivo de leitura de e-books. A medida deve fazer com que o "Sony Reader" ultrapasse o "Kindle" --aparelho semelhante da Amazon-- em número de livros oferecidos.
Todos os livros escaneados foram publicados antes de 1923, e incluem trabalhos como "Conto de Duas Cidades", de Charles Dickens, assim como clássicos de não-ficção, como "As Histórias", de Heródoto.
Os livros já estão disponíveis para download gratuito no formato PDF, que funciona bem nas telas de computadores mas não nos aparelhos de leitura de e-books.
Agora, o Google fornecerá os livros no formato Epub (publicação eletrônica, na sigla em inglês), que permite que as linhas fluam de maneira diferente, para caber numa tela menor.
A assessora do Google, Jennie Johnson, afirmou que a companhia quer aumentar o acesso aos livros.
"Nossa visão é: qualquer livro, em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer dispositivo", disse. "Nós queremos nos associar com qualquer pessoa que compartilhe da nossa visão de fazer os livros mais acessíveis".
A indústria editorial já concordou parcialmente com o formato Epub para a distribuição de e-books, mas a Amazon utiliza seu próprio formato para o Kindle. No entanto, um arquivo Epub que não esteja criptografado (codificado) pode ser convertido para um formato compatível com o Kindle por meio de um programa de computador.
O Kindle tem uma conexão sem fio direta com sua loja de e-books, que tem mais de 245 mil títulos. Já o aparelho da Sony requer que o usuário primeiro faça o download do livro do site da Sony com um computador e depois passe o livro para o dispositivo.
Nos Estados Unidos, o preço do "Reader" varia entre US$ 300 e US$ 350. O aparelho ainda não está disponível no Brasil.
Na internet (em inglês):
http://www.sony.com/reader
http://books.google.com
http://www.amazon.com/kindle
Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (30) apontou que o país poderá obter benefícios de até R$ 38,5 bilhões com leilão de espectro para banda larga móvel. O estudo, produzido pela Guerreiro Consult, com apoio da Intel, afirma que ainda existe faixa disponível da oferta pública realizada em 2002, além de novos 100MHz na rede 3,5 GHz, compatível com a tecnologia WiMAX, de banda larga sem fio, apontada como uma das sucessoras do Wi-Fi.
Segundo os pesquisadores, a análise considerou os ganhos do governo com o licenciamento da faixa, o valor de mercado do que se estima arrecadar com o espectro 3,5 GHz a ser licitado e os benefícios obtidos diretamente pelos usuários com a maior oferta de banda larga no país.
A consultoria afirma que o valor avaliado desse pacote é de R$ 22 bilhões, mas que pode chegar aos R$ 38,5 bilhões.
Dados da consultoria IDC apontam que o Brasil fechou o primeiro semestre deste ano com 10,04 milhões de conexões em banda larga. O levantamento afirmava que as conexões classificadas como físicas --IP dedicado, ADSL, Cabo Modem, wireless fixo, satélite, entre outras-- chegaram a 8,727 milhões.
Já o número de conexões móveis, que inclui os pacotes vendidos a PCs, mas não leva em conta os telefones 3G, chegaram a 1,314 milhão de assinantes.
"O governo pode obter entre R$ 2,85 bilhões e R$ 3,4 bilhões com a venda do espectro remanescente. Não importa se a tecnologia é WiMax, 3G ou 4G; as operadoras estão criando modelos de negócio competitivos, lucrativos e de baixo custo para serviços de banda larga", afirmou o consultor Renato Guerreiro.
Segundo ele, quando o serviço de banda larga sem fio estiver amplamente difundido no Brasil, estima-se que o WiMax corresponderá a cerca de 10% do total oferecido.
Quando a Asus apresentou a primeira versão do netbook Eee PC, em junho de 2007, ele tinha tela de sete polegadas, 512 Mbytes de memória e disco rígido de até 4 Gbytes.
Na Cebit 2009, menos de dois anos depois, a empresa mostrou modelos com o dobro da memória e disco quarenta vezes maior --e disse que aquele tamanho de tela "está condenado à morte", segundo executivos.
Esse é um exemplo da evolução desses computadores ultraportáteis, que executam tarefas básicas e oferecem tamanho, peso e custos reduzidos.
Segundo previsão do instituto Gartner, as vendas desses computadores devem chegar a 21 milhões de unidades neste ano, uma alta de quase 80% em relação a 2008.
Com isso, a comercialização de computadores móveis deve aumentar 9% --sem os netbooks, esse índice seria de 2,7% neste ano.
Em contrapartida, por serem mais baratas, essas máquinas estão achatando os lucros de empresas do setor.
O movimento agora é para melhorar o desempenho dos netbooks, para alcançar também um público mais exigente e que aceite pagar um pouco mais.
O preço médio de um netbook com tela de 8,9 polegadas, Windows XP e 10 Gbytes de disco rígido fica em torno dos US$ 450 (R$ 1.070) nos Estados Unidos. Nas configurações mais básicas, o valor cai para US$ 300 (R$ 690).
Lançamentos
Na Cebit, a Acer mostrou um novo modelo do Aspire One, chamado AOD150, que agora vem com tela de dez polegadas, memória de até 2 Gbytes e disco rígido de 160 Gbytes.
Já a MSI, conhecida pela produção do ultraportátil Wind, levou o U110 Eco, que tem na economia de energia o seu principal atrativo: segundo a empresa, a bateria tem autonomia de nove horas.
A Asus, pioneira na área, apresentou o Eee 1008HA, que tem 1 Gbyte de memória e 160 Gbytes de disco rígido e processador Atom N280 de 1,66 GHz, novo modelo da Intel que promete melhorar a exibição de vídeos em alta definição, com baixo consumo de energia.
O computador também vai permitir acesso à internet por meio do sistema WiMAX. Com tela de dez polegadas, o aparelho pesa 1,1 kg.
Grandes e pequenos
Fora da área de netbooks, a Asus mostrou o laptop Lamborghini VX5, com design inspirado no carro clássico, e tela de 16 polegadas. O que impressiona nesse computador é a capacidade do disco rígido, de 1 Tbyte (cerca de mil Gbytes), que a empresa diz ser o de maior capacidade no mundo entre os SSDs (drives de estado sólido), mais resistentes.
Enquanto isso, os chamados MIDs (dispositivos portáteis para internet) demoram a decolar. A novidade na Cebit foi o lançamento na Europa do Clarion MiND, aparelho com tela de 4,8 polegadas sensível ao toque que permite conexão à internet por Wi-Fi. Também é possível assistir à TV digital e usar navegador GPS. A versão básica, com 4 Gbytes de memória flash, deve custar 799 euros (R$ 2.400).