Em evento, Alberto Levy defende o uso de formas menos tecnológicas, e mais criativas, para tornar municípios mais inteligentes
O termo “cidades inteligentes” (smart cities, em inglês) é utilizado para descrever municípios que se utilizam da tecnologia de sensores integrados para extrair dados do desempenho de serviços públicos, como saneamento, transporte público e gestão energética. Para o mentor de startups Alberto Levy, esse conceito precisa ser revisto e ser menos dependente do aspecto tecnológico para existir. Isso porque, segundo ele, o desenho das novas metrópoles deveria passar mais pela criatividade dos gestores urbanos.
Alberto Levy fala durante o evento Welcome Tomorrow, realizado em São Paulo.
Foto: Matheus Riga / Terra
Apesar de algumas cidades já terem planos de se tornarem mais conectadas nos próximos anos - como é o caso de Praga, na República Tcheca, que segue uma diretriz de ficar totalmente inteligente até 2030 -, Levy acredita que pequenas ações, muitas vezes menos tecnológicas, podem transformar a experiência de se viver em um determinado município. “O problema não está em ter sensores, eles são muito bem-vindos”, diz. “A questão é fazer cidades mais humanas.”
Welcome Tomorrow é realizado em São Paulo.
Foto: Matheus Riga / Terra
Na visão do mentor de startups, intervenções urbanas como bibliotecas ao ar livre, reforma e revitalização de espaços degradados, plantações de economia circular e apresentações artísticas em locais públicos são formas efetivas de mudar os municípios, tão relevantes quanto à implementação de sensores para extrair dados. “É preciso hackear as cidades e dar um novo significado aos espaços”, afirma.
A grande dificuldade para que essas mudanças aconteçam, na visão de Levy, tem a ver com o modelo de ensino realizado nas escolas. “Há 200 anos, o sistema educacional nos instrui valores baseados em exercícios repetitivos, memorização de conteúdos e cumprimento de ordens”, diz. Segundo ele, esse tipo de contexto acaba por adormecer a criatividade e a percepção humana, diminuindo o surgimento de novas soluções para as cidades.
O mentor de startups marcou presença, neste sábado (09), no evento de tecnologia e inovação voltado para o setor de mobilidade, o Welcome Tomorrow, em São Paulo (SP), que ocorre até o próximo domingo (10).
Diretora da empresa na América Latina enxerga grandes oportunidades no País para o formato
Se depender de Mia Nygren, diretora do Spotify para a América Latina, sua empresa não será conhecida apenas por ter as músicas no topo da parada de sucessos, mas também os podcasts mais ouvidos do momento. "Estamos vivendo a segunda era de ouro do áudio falado. Era uma evolução natural para nós apostar nos podcasts, evoluindo além da música", diz a executiva sueca ao Estado, em entrevista exclusiva.
O Brasil faz parte importante dessa aposta da companhia - segundo a pesquisa Podcasts Stats Soundbites, o País teve 110 milhões de downloads de episódios de programas sonoros em 2018, sendo o segundo maior mercado do mundo, só atrás dos EUA. Além disso, segundo levantamento do Ibope, 40% dos usuários de internet do País já escutaram ao menos um podcast.
Apesar da profusão de programas - só o Spotify hospeda 500 mil capítulos de podcasts -, ainda é uma mídia que atrai poucos anunciantes. Algo que a empresa quer mudar. "Hoje, podcasts e música têm o mesmo destaque no Spotify. É importante mostrar que eles existem para as grandes audiências", explica Nygren. Nesse esforço, vale até produzir conteúdo próprio - caso do programa Prepare Seu Coração, voltado para a música sertaneja. "Isso pode ajudar as pessoas a descobrirem novos programas", afirma a executiva.
Mas ao contrário do que tem sido feito no setor de streaming de vídeo, onde empresas como Netflix, Amazon, Apple e Disney têm despejado bilhões em novos programas, o Spotify não pretende enveredar por ter também seus próprios artistas de música. "Somos bons em licenciar conteúdo e acreditamos que a indústria têm espaço para diferentes atores", diz Nygren.
Escritório novo
Hoje com 248 milhões de usuários e 113 milhões de assinantes em todo o mundo, sendo líder em seu setor, o Spotify tem sido uma das forças motrizes para a recuperação da indústria global de música - globalmente, o streaming foi responsável por 46,5% das receitas com fonogramas em 2018. Aqui no Brasil, a proporção é ainda maior: 70% do faturamento da indústria fonográfica veio do streaming, na casa de US$ 207,8 milhões em 2018. Há cinco anos, quando o Spotify chegou ao País, a participação era de 19%.
"Foi uma longa jornada, mas ainda há espaço", diz Nygren. A executiva não se preocupa com a chegada de competidores - nos últimos meses, começou a funcionar por aqui o Amazon Music Unlimited, da gigante varejista americana. "Ainda não pensamos nos rivais porque há muitas oportunidades", diz.
Um símbolo disso é a mudança de espaço da empresa: na última semana, o Spotify deixou sua sede no bairro de Pinheiros, onde trabalhavam 38 pessoas, para ocupar um novo escritório na região da Avenida Paulista. "Quando chegamos aqui, éramos apenas duas pessoas. Agora, ficaremos confortáveis por algum tempo", explica.
Com resultados abaixo do esperado, gigante viu suas ações caírem 1,24% após o fechamento do mercado
A Alphabet, controladora do Google, registrou lucro líquido de US$ 7,068 bilhões no terceiro trimestre deste ano, o equivalente a US$ 10,12 por ação. O resultado ficou aquém das estimativas de analistas consultados pela FactSet, que apontavam lucro líquido por ação de US$ 12,57. No mesmo período do ano anterior, a companhia apresentou ganho líquido de US$ 9,192 bilhões, ou US$ 13,06 por ação.
A receita da companhia, por sua vez, passou de US$ 33,7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado para US$ 40,5 bilhões no terceiro trimestre de 2019.
Os custos totais de aquisição de tráfego do Google, que são taxas pagas a sites parceiros que veiculam anúncios ou serviços na ferramenta de busca, somaram US$ 7,490 bilhões entre julho e setembro, representando 22% do total de receitas de publicidade da empresa. Em igual período do ano passado, esses custos totais ficaram em US$ 6,582 bilhões, ou 23% do total de receitas de publicidade da companhia.
Já o custo agregado por clique, medida que revela quanto os anunciantes pagam pelo clique dos usuários nos links, subiu 3% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018. Na comparação com o período entre abril e junho deste ano, houve, no entanto, queda de 2%. O volume de cliques pagos, por sua vez, apresentou salto de 18% na comparação anual e avançou 1% na trimestral.
A decepção dos investidores com o lucro da Alphabet no terceiro trimestre pressionou as ações da controladora do Google. Nos negócios do after hours em Nova York, às 17h32 (de Brasília), os papéis da companhia caíam 1,16%, para US$ 1.274,00.
Produção maior de televisores, telefones celulares, impressoras, monitores de vídeo e máquinas automáticas digitais para processamento de dados impulsionou o crescimento
A produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos aumentou 3% na passagem de agosto para setembro. Na comparação com o mês do ano anterior, a alta foi de 9%, conforme aponta
a pesquisa mensal industrial, divulgada nesta sexta-feira, 1º, pelo IBGE.
Essa alta foi sustentada pelo aumento da produção de televisores, telefones celulares, impressoras, monitores de vídeo e máquinas automáticas digitais para processamento de dados. No acumulado do ano, esse segmento apresenta resultado negativo em 2,8% e de 5,2% nos últimos 12 meses.
Continuam em queda a fabricação de transmissores ou receptores de telefonia celular, antenas, computadores pessoais de mesa (PC desktops), computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, tablets e semelhantes), gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD, home theater integrado ou semelhantes), rádios e cartões inteligentes (smart cards), aponta o instituto na pesquisa.
NÚMEROS NACIONAIS
A produção industrial nacional variou 0,3% em setembro frente a agosto. Essa foi a segunda taxa positiva seguida, com acúmulo de 1,5% nesse período. Na comparação com setembro de 2018, houve alta de 1,1%, interrompendo, assim, três meses de resultados negativos consecutivos: junho (-5,9%), julho (-2,5%) e agosto (-2,1%).
Nos nove meses de 2019, o setor industrial acumulou queda de 1,4%. Já o acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 1,4%, mostrou redução na intensidade de perda frente ao resultado de agosto (-1,7%), o que interrompe a trajetória predominantemente descendente iniciada em julho de 2018 (3,2%), mostra a pesquisa.
Os governos dos mercados emergentes deveriam ter maior influência na regulamentação das moedas digitais que podem facilitar os fluxos ilegais de capital e atrapalhar o gerenciamento de divisas, disse nesta segunda-feira um importante funcionário do órgão regulador de câmbio da China.
09/04/2019 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters
A China sinalizou que está adotando ativamente a tecnologia financeira, como a blockchain, enquanto se prepara para lançar sua própria moeda digital para afastar ameaças de moedas digitais estrangeiras, como a libra, do Facebook.
"A tecnologia financeira pode promover a abertura, a inovação e o desenvolvimento do mercado financeiro de um país", disse Sun Tianqi, da Administração Estatal de Câmbio da China, em um fórum financeiro em Xangai.
"Mas também pode trazer muitas atividades financeiras ilegais internacionais. Isso deve ser motivo de grande preocupação para todos os países, especialmente para os mercados emergentes."
Os comentários de Sun ressaltam o antagonismo de Pequim em relação à libra, à medida que os reguladores globais discutem sobre como lidar com os planos da plataforma de lançar sua própria criptomoeda.
Os governos dos mercados emergentes, particularmente aqueles que impõem controles de capital, como a China, precisam estar cientes das implicações da libra sobre tais restrições, acrescentou.
Para a China, uma moeda digital como a libra deve cumprir rigorosamente os regulamentos cambiais e não deve substituir o iuan em transações domésticas, ou "deve ser banida", afirmou Sun.
Na semana passada, o presidente chinês Xi Jinping também disse que a China deve acelerar o desenvolvimento da tecnologia blockchain.
A China está intensificando a repressão aos fluxos ilegais de capital facilitados pela tecnologia financeira, tendo fechado mais de 2 mil plataformas de câmbio, além de inúmeros sistemas internacionais de futuros, valores mobiliários e commodities, disse Sun.